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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quando os filhos crescem

Começar um texto pra mim é sempre a parte mais difícil de tudo. Talvez seja por isso que ultimamente tenho feito tão poucas postagens aqui no blog. Mas lendo o blog de alguém que eu conheci e aprendi a admirar aqui na net eu aprendi a escrever sempre abrindo o coração. E foi isso que eu fiz na ultima postagem, sobre a Prainha, e que pretendo fazer aqui também. Em suma, o fato é que lendo o Blog da Professora Denise Pazito, eu encontrei algo que eu posso dizer até mesmo que me consolou. O nome da postagem dela é “Quando os filhos batem asas”.
Meu objetivo já é há alguns dias escrever uma espécie de acréscimo ao sentimento de mãe expresso no texto da Professora Denise, não que ela tenha deixado algo de lado, mas quero escrever o que eu sinto como um filho que, assim como o dela, “bate as asas”. Conversando com uma amiga, que eu considero apesar de muitos dizerem o contrário, ouvi algo interessante: “A casa de nossos pais é sempre muito boa, mas um dia nós acordamos e vemos que talvez aquele móvel que enfeita a sala há tantos anos talvez ficasse melhor em outra posição, ou que aquela parede que sempre foi branca talvez fosse mais bonita se fosse verde, ou bege. E tudo isso acontece sem nada mudar na casa, mas sentimos lá dentro, no fundo do peito que algo está diferente. Realmente nada mudou na casa, o que mudou está por dentro.” Como diria Cassia Eler: “Mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu. Tá tudo assim tão diferente”. Como eu já disse em outra postagem “nós jovens, não sei se por culpa da natureza ou dos filmes de ‘Sessão da Tarde’, costumamos ter aquele sonho de concluir o ensino médio e viajar para a cidade mais longe possível e por lá fazer nossa faculdade, curtir a vida, talvez constituir uma família e, quem sabe, voltar um dia.” Hoje eu daria muito do pouco que tenho pra descobrir o que sente uma mãe que está prestes a se despedir de seu filho. Na minha pobre mente, que jamais alcançará tamanha grandeza do sentimento de mãe,  fico imaginando alguém sentindo um misto de medo, decepção, orgulho, esperança, alegria, tristeza, tantos sentimentos que a simples tentativa de alcançá-los em pensamentos já me causa uma súbita falta de ar. Voltando à Cassia Eler: “quem sabe o príncipe virou um chato que vive dando no meu saco”. Que chato que deve ser quando aquilo que mais nos encanta passa a ser um incomodo. E, seguindo a musica, quando o príncipe vira chato ainda temos uma tarde inteira, é tanto tempo que mal sabemos o que fazer, sobra até tempo pra cantar, ser feliz, não que não éramos enquanto o príncipe ainda nos encantava, mas a decepção do fim do encantamento é tanta que, na minha opinião, muitos se esquecem o quanto eram felizes. Eu não pretendo ser desses, pretendo na verdade construir uma felicidade diferente, uma eterna e alegre lembrança dos muitos momentos felizes que já tive, somado a isso o sentimento de aproveitar ao máximo cada alegria vivida e a esperança de novas alegrias. Acredito que essa não seja a única formula para ser feliz, mas com (minha) certeza é a mais correta.
O meu consolo fica por conta de todas as expressões de carinho e por saber que tudo o que eu sinto e penso, como já disse, jamais alcançará a grandeza dos sentimentos de mãe. Eu sinceramente não costumo falar muito, mas em compensação ouço bastante. Ouço o que me agrada com a mesma cara de paciência ou de complacência com que ouço o que me desagrada, talvez esse seja o motivo de tantas citações em uma única postagem. E uma citação que sempre me emociona e que, inclusive eu já reproduzi aqui em outra postagem, diz respeito justamente a uma justa homenagem às mães: " Poderão cair no mais profundo abismo de infâmia e degradação, mas nunca mais baixo do alcance do amor delas[suas mães]. A memória disto sempre perturbará seus corações."

2 comentários:

  1. Marcos, um filho como você deixaria qualquer mãe envaidecida! Não conheço a sua história, mas sei que se um dia você partiu, com certeza, sua mãe sentiu as mesmas emoções que senti ao me despedir do meu filho. O que escrevi talvez nem tenha chegado perto da profundidade dos sentimentos... Mas, também, toda mãe sabe que este dia chegará: o dia da partida. Nossos filhos não são nossos, são "emprestados" por um certo tempo. Sabemos disso, todas nós. Enquanto estão conosco damos tudo de nós, inclusive todo o nosso amor!... Mas sabemos que chegará o dia de ir. Assim é a vida. São ciclos. Nossos filhos terão suas casas com paredes verdes, ao invés de brancas, com a mesa na outra posição, e terão seus próprios filhos. E tudo recomeça. Você está certíssimo nas suas reflexões. Nada se compara ao amor incondicional das mães. Elas estarão sempre prontas a perdoar quantas vezes forem necessárias, a esperar quantas horas foram preciso, a recomeçar, a reconstruir... O que toda mãe quer mesmo é a felicidade dos seus filhos. Assim como eu quero do meu, mesmo longe ou perto de mim. Assim como a sua mãe quer a sua, mesmo longe ou perto dela. Obrigada pela linda homenagem. Suas palavras, em resposta às minhas, dão-me o incentivo necessário, para continuar escrevendo, espalhando palavras e sentimentos pelo mundo à fora, divulgando que é possível constuir um mundo melhor! Valeu.

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  2. Oi Marcos!
    Sou uma amiga de Denise, foi ela quem indicou esse post seu...realmente uma linda indicação.
    Não tenho o hábito de ler os posts todos os dias, mas qndo consigo, parece que tudo estava ali me esperando...para ser recebido e refletido com mais carinho.
    Quero dizer que já fui e voltei ao convívio de minha mãe. Escolhi estar junto a ela hoje, compartilhar coisas que em momentos anteriores ainda não era capaz de perceber. Não sou mãe...talvez serei...mas sei o quanto o amor de uma mãe é tão importante, mesmo que discordando em pensamentos, em realidades, em espaços, em tempos, em modos. Estou feliz por dedicar hoje o meu amor à minha mãe, podendo retribuir um pouco do que ela sempre me ofertou com tanto prazer.
    Um grande abraço!

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