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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Atenção: A juventude corre perigo!

OMS alerta para saúde do jovem
Entidade divulga relatório que aponta alto número de mortes por causas que poderiam ser evitadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou nessa semana um relatório que aponta números preocupantes com relação à saúde da juventude. Segundo o estudo, cerca de 1,8 milhão de jovens entre 15 e 24 anos morrem pelo mundo em virtude de causas que poderiam ser prevenidas. No ano de 2008, 40% dos novos casos de HIV estavam situados nessa faixa etária, e os problemas com álcool, tabaco e violência também são destaques negativos no levantamento. A OMS afirma que “quase dois terços das mortes prematuras e um terço da carga total de morbidade em adultos associam-se a enfermidades ou comportamentos que começaram em sua juventude, entre elas o consumo de tabaco, a falta de atividade física, as relações sexuais sem proteção e a exposição à violência”. Com relação à AIDS, o número de jovens infectados passa de 5 milhões, sendo que apenas 30% dos homens e 19% das mulheres têm conhecimentos amplos e corretos quanto à prevenção. Já o álcool está diretamente ligado à questão da violência, uma vez que o consumo exagerado estimula comportamentos de risco. Por dia, cerca de 565 pessoas morrem em decorrência da violência interpessoal ou no trânsito. Finalmente, o tabaco é consumido por cerca de 150 milhões de jovens, que se expõem a doenças cardiorrespiratórias decorrentes do fumo.O relatório ainda traz outras duas preocupações. A primeira diz respeito à saúde mental, já que 20% dos adolescentes sofrem problemas como depressão ou ansiedade, potencializados pela violência, humilhação e pobreza. A segunda é a gravidez precoce, cujo risco de morte é inversamente proporcional à idade da mãe.

“Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério.”

Charlie Brown Jr

Não é de hoje que a juventude brasileira é excluída da sociedade. Seja pelo mercado de trabalho que não pode se adequar às deficiências históricas do nosso modelo de educação, seja pelos órgãos de segurança pública que tratam todo jovem, em especial o negro e o de baixa renda, como bandido e não leva em consideração os anos de diferença social que a juventude brasileira tem vivido. O fato é que o jovem precisa ser reconhecido como parcela da sociedade, e uma parcela importante. Somos 25% da população brasileira e, no entanto, nunca fomos ouvidos naquilo que influencia diretamente nossas vidas. A juventude corre sérios Riscos! Pode parecer clichê, mas é uma verdade. E este estudo da OMS prova isso. O Brasil precisa de políticas públicas de saúde voltadas para a juventude. Precisamos abrir os olhos da sociedade para o fato de que o problema das drogas há muito tempo já deixou de ser caso de polícia. O caso das drogas na sociedade é caso de saúde pública. Assim como o caso do HIV agora se apresenta como um caso de saúde que para ser resolvido depende muito da educação. Nossos jovens não precisam mais ouvir “Use camisinha”, “Se beber não dirija”... O que a juventude precisa é de ser convencida de tudo isso.
“Eu vejo as placas dizendo "Não corra"

"Não morra", "Não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes"

Engenheiro do Hawaii

A juventude quer mais acesso a educação, cultura e esportes. Educação não é só sala de aula ou mais tempo dentro de uma escola. Dar educação para a juventude é democratizar o espaço da escola, é valorizar os profissionais da educação, é também dar acesso a cultura, esporte e lazer. Dar educação para a juventude é a melhor forma de resolver grade parte dos problemas que o Brasil, e em especial a juventude, tem vivido. É fato que nos últimos anos o Brasil viveu avanços nesse sentido. Com o fim do decreto 2208/97 e a expansão da rede IF, com os 4 mil novos pontos de cultura em 1122 municípios e, principalmente, com a aprovação do fundo social do pré-sal com 50% dos recursos reservados para a educação. Mas a gente que mais. A gente quer ir mais longe. Para o Brasil Seguir mudando, principalmente para a juventude, é preciso valorizar a juventude e suas particularidades.

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